A difusão da baixaria e de sensacionalismo na programação das emissoras de TV do Brasil já faz parte do cotidiano – e do comum. A impunidade, responsável por incitar essa desmoralização aos direitos humanos, parece que caminha livre na larga estrada do gosto popular.
As emissoras estão cada dia mais sedentas por audiência, pouco (ou nada) importando um bom argumento (ou nenhum). A impressão que se passa é de que todos os limites já foram ultrapassados, embora isto ainda não seja fato consumado.
A programação televisiva nacional modificou bastante sua posição inicialmente proposta, que era de informar e educar eticamente – segundo expõe o artigo 221 do capítulo V da Constituição Brasileira de 1988. Entretanto, no momento em que a grade de programação das emissoras passa a se debruçar sobre a humilhação do ser humano, exposição vulgar do corpo, exibição de conteúdo que fere valores éticos, dentre outras deturpações, uma insatisfação começa a ser gerada.
Nesse sentido existe até uma campanha intitulada “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania”, coordenada pelo deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), que busca justamente dar um basta a tanta quinquilharia que flutua nesse oceano de informações televisivas.
Em uma de suas atividades, os cidadãos brasileiros são convidados a desligar o seu aparelho televisor por meia hora como forma de protesto contra os programas de baixa qualidade educativa. O dia 17 de outubro (Dia Internacional da Democratização dos Meios de Comunicação) foi a data escolhida para indicar o Dia Nacional Contra a Baixaria na Televisão.
Com relação ao processo de comunicação, poderíamos explanar um pouco sobre o emissor e o receptor. O primeiro é quem passa a informação, já o segundo é quem a recebe. Mas para que haja um entendimento entre as partes é necessário que ali se estabeleça uma mensagem – e que esta seja, de fato, compreendida. A proposta, pelo menos no que tange o livro brasileiro dos direitos e deveres (Constituição Federal), é que a programação televisiva leve uma mensagem educativa que possa ser compreendida e assimilada, e isso significa uma informação crucial para o bom desenvolvimento crítico da nação.
A liberdade de expressão sugere a democracia, mas não devemos desviar o foco. A mídia é instrumento democrático e deve ser vista como fator primordial para o desenvolvimento da educação da sociedade. Não podemos esquecer que a democracia se constrói a partir do respeito aos direitos humanos sem qualquer distinção. Lutar para que tais programas reconheçam a identidade original e se afastem da realidade precária a que se penderam é árduo, porém tem resultado recompensador.
Outubro de 2010.
Texto escrito para trabalho de História da Comunicação, no curso de Jornalismo.
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